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Marcos Marciano

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Crônica

Amor perfeito?

Somos todos professores sem diploma, especializados em cuspir no prato em que acabamos de comer. Só que eu não concordo com o “Se eu tivesse a cabeça que tenho hoje com a idade que você tem agora, ah, isso seria bom”, porque esse negócio de experiência só funciona com ratos em gaiolas. Se o mundo
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Conto

Búzios de plástico

Quando vi Fábio das Figueiras, o "Português do Pelourinho", sair sem passar a chave, deixando maleta e búzios para trás, percebi que era o Piauí outra vez e não voltaria a encontrá-lo. Sua despedida foram o som dos chinelos batendo na ladeira e os cachos balançando no ritmo louco da fuga. Fábio veio ao Brasil,
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hjhjjhjh
Crônica

Odeio setembro

Aquele momento bizarro onde você percebe que possui um apurado e amplo senso das coisas, elevando sua percepção à enésima potência em um segundo, entretanto você não sabe como lidar com a súbita habilidade. Não há tempo para gravar, aproveitar ou qualquer coisa desse tipo. Vai como veio. O sentido da vida borbulha em cada
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Conto

Tânatos é um peixe de aquário

É só um quarto. Nem escuro e nem claro. Há uma poltrona velha, um pequeno criado-mudo, parafernalhas que dizem ser meus pulmões e meus rins. E tubos, muitos tubos. Há uma cama também. E eu na cama. Ah, claro. Agora há o aquário com o peixe dourado. Maldito peixe de aquário. Maldita ironia. Quando cheguei
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Crônica

O uso correto dos porquês

Longe do pedantismo facebookiano, dos abutres alertas e muito entendidos. Qualquer interessado pode ter à mão um guia prático de língua portuguesa e aprender qual é o uso correto dos porquês. Falo é do uso real, no batente, das razões de pegar o ônibus ou de desistir no último segundo — marcar a opção b
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Crônica

Pequenos investimentos pessoais

O ínfimo. O irrisório, o quase irrelevante. Há dois minutos quis me considerar um apaixonado por momentos específicos. Não basta vivê-los, pois é preciso o toque de vício, a vontade de repeti-los. Passo a vida tentando revisitar um matiz de tarde, o silêncio entre galhos e folhas de abacateiro, as ruas sem ninguém. Infindável lista.
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Crônica

A insustentável leveza dos pássaros

Leveza. Se eu fosse um pássaro, cara, eu seria um pardal. Tem gente que escolheria logo uma águia, uma harpia. Eu não. Eu queria ser um pardal. Não há pássaro mais de boa que o pardal. Se eu pudesse escolher, seria um pardal. Por falar neles, vejam só, já até cuidei de um. Uma pardaloca,
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Crônica

Fofíssima #6

Eu já quis — muito, aliás — ser o Jeff Buckley. Sem a coisa do morrer e tal. Só tocar e cantar muito, mas já desencanei. Por sinal, estou assoviando um oh, that was soooooo real exatamente agora. Tem gente que gostaria de ser o Elvis, ou Jesus. Eu já quis ser o Jeff, mas
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Crônica

Ciúme: o demônio de olhos verdes

Ciúme: o demônio de olhos verdes. Um rosário de equívocos. Primeiro equívoco: beleza no ciúme. Não acredite em revistas e novelas classificando a coisa toda como o tempero do amor. Não há beleza ou amor ao encaixotarmos uma pessoa. Repetindo-me: não entendo qual é o ponto de se estar com alguém quando a relação é
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Crônica

Por que não vou para o céu

Por que não vou para o céu. Lá se vai mais uma pessoinha para o rol de pessoinhas que mudaram a relação com este que vos fala ao descobrirem que sim, sou ateu. Elas param de conversar comigo ou começam a me tratar de um jeito diferente. Ou dão tela azul mesmo. Vão da deferência
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