Aos mestres, com carinho: posso dizer que fiquei deveras decepcionado quando descobri que não passava de uma lenda aquele papo sobre os professores no Japão não serem obrigados a se curvar diante do Imperador. Poxa. Faz muito sentido. Quando você lê, sente o baque e pensa: isso é muito correto e muito doido e é isso mesmo que tem que rolar. Meio que aquela cena no final d’O Senhor dos Anéis, quando Aragorn, antes que os hobbits se ajoelhem perante ele, diz: “my friends, you bow to no one”, e todo mundo reverencia os pequenos por tudo o que fizeram.
Mas não é assim. É lenda. Não dá pra acreditar em tudo que se acha na internet. Arnaldo Jabor e Luis Fernando Verissimo nunca escreveram aqueles textos que seu tio mandou num .ppt com imagens bregas. Dá uma certa decepção. A lenda e os arquivos .ppt.
A decepção só não é maior que a tristeza ao vermos professores em greve, brigando por migalhas e apanhando e sangrando nas ruas. Sendo desacreditados por presidentes, troçados por governadores e ironizados por quem um dia foi aluno. Não há país sem educação. É só voltarmos ao Japão, por exemplo, mesmo sem a lenda sobre a reverência ao Imperador.
Professores são o que há, gente. As mulheres mais importantes de minha vida foram professoras. Ainda nutro uma grande vontade de ser professor. Professores, gente, são o que há.