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Crônica

Ciúme: o demônio de olhos verdes

Ciúme: o demônio de olhos verdes. Um rosário de equívocos.

Primeiro equívoco: beleza no ciúme. Não acredite em revistas e novelas classificando a coisa toda como o tempero do amor. Não há beleza ou amor ao encaixotarmos uma pessoa. Repetindo-me: não entendo qual é o ponto de se estar com alguém quando a relação é pautada por um eterno quê de chantagens e proibições e obrigações. E de quebra ainda esperar amor como fruto disso tudo, com um sorriso tolo nos lábios.

Segundo equívoco: garantias eternas. Nutella também tem data de validade, então por que a primavera do seu relacionamento não teria? Somos responsáveis pelos outros respeitando a medida da responsabilidade que temos por nós mesmos. A única garantia renovável que podemos almejar é a do auto-respeito.

Terceiro e último equívoco escolhido: orgulho. Há quem morra com o ego inflado por ser fonte do ciúme de alguém, ou alvo — delongaria demais falando sobre —, mas há muito caroço nesse angu. [espaço para metáfora sobre o passarinho que é mais bonito voando, sobre a água que se esvai entre os dedos se apertarmos demais e tals]. Egoísmo e amor não são parentes.

Nós podemos, sempre, estar equivocados. Sobre qualquer coisa. E o demônio de olhos verdes espera que você se esqueça disso.

Tags : amorciúmecrônicarelacionamentossociedade
Marcos Marciano

The author Marcos Marciano

Marcos Marciano é um ser humano amador. Formou-se em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, lê livros por esporte e escreve por falta de vergonha na cara. Ainda não sabe por que a Débora resolveu se casar com ele.

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